Conectar-se à web tornou-se
uma atividade quase indispensável no cotidiano de quem precisa ou
deseja ficar online. E nos últimos anos, com a evolução das tecnologias
de conectividade, o acesso à banda larga tem aumentado em todo o mundo. O
Brasil, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de
Telecomunicações (Telebrasil), conta com mais de 50 milhões de
assinantes de banda larga, número que deve aumentar ainda mais nos
próximos anos.
Essa
alta demanda traz consigo diversas alternativas de conexão à internet,
seja de forma fixa ou móvel, adequadas à necessidade de cada usuário.
Entre os serviços de banda larga fixa, as mais populares são as conexões
via ADSL e cabo. Ideais para uso em residências e empresas, elas
utilizam, respectivamente, as linhas telefônicas e a estrutura das TVs a
cabo para fornecer acesso à internet aos usuários.
A tecnologia
ADSL pode ser considerada uma evolução da quase extinta "internet
discada", mas, ao contrário de sua antecessora, permite o acesso à
internet sem interferir no uso da linha telefônica para ligações. Uma de
suas principais vantagens é a vasta gama de velocidades de conexão
oferecidas pelas operadoras. As principais concessionárias ofertam
pacotes que variam de 1 a 100 megabits por segundo (Mbps), com preços
que vão de R$ 40 a R$ 500 mensais.
Segundo o técnico em
informática Humberto Fraga, essas velocidades, apesar de razoáveis no
contexto da banda larga no Brasil, quando comparadas às de outros
países, são bem inferiores. Além disso, de acordo com o especialista, os
preços dos pacotes podem variar até mesmo entre as regiões brasileiras.
"Esse preço aqui é mais caro que na região Sudeste e muito mais caro
que no exterior. Em Portugal, por exemplo, uma conexão de 24 Mbps custa
apenas 20 euros", destaca.
DesempenhoPor
se tratar um serviço compartilhado, o desempenho da rede pode variar de
acordo com a quantidade de usuários utilizando o serviço ao mesmo
tempo, tornando-se mais lento nos horários de pico. O mesmo não acontece
com a conexão a cabo. A tecnologia funciona de forma semelhante à ADSL,
mas não há variações de velocidade durante o dia. É comum que empresas
de TV por assinatura ofereçam o acesso à internet vinculado aos pacotes
de canais de televisão e linha telefônica, numa espécie de "combo" que
pode ser de melhor custo-benefício ao usuário que utiliza os três
serviços.
Assim como na conexão ADSL, a oferta de velocidades de
internet a cabo é diversificada e também pode chegar aos 100 Mbps. Os
preços podem ser mais generosos do que os de sua concorrente.
Geralmente, variam entre R$ 30 e R$ 400.
No entanto, as duas
tecnologias de banda larga fixa mais populares no Brasil encontram um
empecilho. Ambas possuem abrangências limitadas, restritas aos centros
urbanos e outros lugares onde existam linhas telefônicas ou sistemas de
TV a cabo já instalados. Uma outra alternativa seria, então, a conexão
de internet via rádio, bastante utilizada em condomínios residenciais.
Nesse tipo de conexão, geralmente, o sinal vem de uma antena instalada
no topo dos edifícios e é difundido a partir de um roteador e de fios
que irão alimentar os apartamentos.
A vantagem da conexão via
rádio é que ela não exige do usuário a contratação prévia de um outro
serviço - como a linha telefônica ou a TV por assinatura. O acesso via
rádio exige apenas a instalação de um sistema de cabos de rede.
Sem fiosOutro
tipo de internet banda larga, o acesso Wi-Fi pode ser considerado uma
categoria à parte de conexão. Apesar de oferecer relativa mobilidade aos
usuários, ao contrário do que a maioria pensa, a conexão wireless não
pode ser considerada, de fato, como internet móvel. Isso porque, segundo
o técnico Humberto Fraga, ela está restrita à área delimitada pelos
pontos de acesso fixo que disponibilizam a tecnologia, os chamados
"hotspots". A mobilidade, na verdade, vem da diversidade de aparelhos
eletrônicos portáteis que podem se conectar à web a partir dela, desde
notebooks a smartphones e tablets - mas sempre dentro de seu raio de
cobertura no local.
Em todo o mundo, o Wi-Fi tornou-se comum em
locais públicos, como praças, aeroportos, restaurantes, e até mesmo
dentro das residências e das empresas, como uma forma de estender a
conexão da banda larga fixa até pontos mais distantes, promovendo o
compartilhamento de acesso.
A possibilidade de dispensar fios e
cabos é uma das principais vantagens desse tipo de conexão, mas também
pode exigir mais cuidados dos usuários. "O Wi-Fi vai exigir que tenha
mais segurança porque qualquer pessoa que chegue ao seu alcance vai
poder se conectar. Se isso acontecer, além de estarem se aproveitando de
um serviço que você está pagando, se elas cometerem um delito, isso vai
ficar registrado como se você tivesse feito", alerta o especialista
Humberto Fraga.
As velocidades e preços dependem do serviço de
internet fixa contratado, e também do tipo de conexão Wi-Fi, que pode
variar em relação à rapidez e ao alcance, de acordo com o objetivo do
usuário.
Terceira geraçãoA mobilidade de
fato é possível, atualmente, com a conexão 3G, a chamada terceira
geração. Bastante popular desde o seu lançamento no país, em 2007, a
tecnologia é um serviço de banda larga sem fio que pode ser acessada em
celulares e computadores a partir de modems portáteis ou módulos 3G
embutidos nos aparelhos. Mas a grande vantagem da mobilidade logo é
mascarada pelos problemas na conexão. "O serviço é instável, pode variar
em relação à ação climática e de acordo com a quantidade de pessoas que
estão usando naquela área. Esse problema atual das operadoras se deve,
em certo ponto, a isso. Muitas pessoas estão usando e o desempenho acaba
diminuindo. Isso vale tanto para o sinal telefônico quanto para o 3G",
ressalta o técnico em informática Humberto Fraga.
Além desse
problema, os preços do 3G são pouco atrativos, uma vez que as operadoras
exigem que o usuário compre o modem portátil e a oferta de velocidades
de conexão disponibilizada é baixa e repleta de condições. "Nas
propagandas, o 3G é sempre ´ilimitado´, mas na prática não é tanto
assim. Quando você ultrapassa a franquia de transferência de dados do
plano que contratou, sua velocidade é cortada. Isso é uma coisa à qual o
consumidor tem que ficar atento", alerta Humberto.
O
especialista indica, ainda, que a conexão de banda larga 3G não é a
melhor alternativa para uso doméstico, se comparada às opções de banda
larga fixa. O alcance da conexão e o custo-benefício do serviço são
fatores que devem ser considerados pelo usuário. "O 3G é mais caro
porque dá essa mobilidade real. Por isso, contratar um 3G para usar em
um só ponto é, de certa forma, desperdiçar um valor em dinheiro",
destaca técnico Humberto Fraga.
Velocidade real merece atençãoUma
das principais reclamações dos usuários de internet diz respeito à
velocidade da conexão. De acordo com o tipo de acesso, o carregamento de
páginas e outros recursos da web pode se tornar mais lento, causando
irritação àqueles que precisam utilizar a internet todos os dias.